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Artigo

4 demonstradores de redes elétricas inteligentes instalados na Europa até 2017

Projeto europeu UPGRID na área da energia conta com a colaboração do INESC TEC.

03 março 2016

Até 2017 vão ser instalados na Europa quatro demonstradores de redes elétricas inteligentes em Portugal, Espanha, Suécia e Polónia. O objetivo é desenvolver e implementar soluções de monitorização e controlo, incluindo novos equipamentos e sistemas, que vão permitir potenciar a participação de consumidores finais no mercado energético. O projeto UPGRID (Soluções inovadoras para a operacionalização e exploração avançada de redes de baixa e média tensão) começou no início de 2015, no âmbito do programa H2020, envolve um investimento de €15,7M, dos quais €11,9M provenientes da Comissão Europeia e está a ser desenvolvido por um consórcio composto por 19 parceiros de sete países europeus - Portugal, Espanha, Polónia, Suécia, Reino Unido, França e Noruega (este último como país associado).

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Os quatro demonstradores

O projeto inclui quatro demonstradores que vão ser instalados ao longo de 2016, no Parque das Nações, em Lisboa, em Bidelek Sareak Smart Grid, em Bilbao (Espanha), em Gdynia, na área de Gdansk (Polónia) e na cidade de Åmål, no sul da Suécia.

O demonstrador português vai ser levado a cabo pela EDP Distribuição, INESC TEC, Withus e NOS e vai decorrer na freguesia do Parque das Nações em Lisboa, envolvendo mais de 20 mil consumidores residenciais.

Por sua vez, o demonstrador espanhol vai ser desenvolvido pela Iberdrola, Eve, General Electric, Ziv e Tecnalia e envolve 190 mil consumidores. Na Polónia o demonstrador vai ser implementado pela Energa Operator em conjunto com a Atende, Instytut Energetyki e Politechnika Gdanska, envolvendo 14.700 consumidores. No que diz respeito ao demonstrador sueco, vai ser levado a cabo pela Vattenfal, General Electric, Schneider Electric e Powel AS e abranger 528 consumidores.

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Melhorar a monitorização e controlo das redes de média e baixa tensão

"Vão ser testadas soluções que permitam implementar funcionalidades avançadas em tecnologias já existentes para formar um sistema integrado inteligente. Com este projeto pretendemos melhorar a monitorização e controlo das redes de média e baixa tensão, como forma de antecipar problemas associados a integrações de larga escala de Recursos Distribuídos de Energia. A grande novidade é a inclusão de plataformas que permitirão a participação de consumidores finais na operação”, explica Luís Seca, coordenador do Centro de Sistemas de Energia do INESC TEC.

O impacto do projeto

O UPGRID vai ter um impacto económico e social muito relevante, na medida em que todo o processo de implementação vai envolver não só consumidores finais, mas também todos os agentes que operam na rede elétrica.

“O impacto esperado deste projeto indica a eventual necessidade de implementação de novas medidas de acesso ao mercado elétrico, o que envolverá eventualmente a introdução de novas políticas regulatórias e de modelos de negócio que deverão diminuir os custos gerais de fornecimento do sistema, beneficiando os consumidores finais e fazendo com que estes participem num ambiente de mercado. Vai, também, ser efetuada uma avaliação do impacto social da solução, tendo em consideração questões sensíveis, como preocupações com a proteção de dados e a aceitação pública pelos cidadãos e outros stakeholders”, refere o investigador.

equipa UPGRID

 

Os parceiros do UPGRID

O UPGRID é coordenado pela Iberdrola Distribución Eléctrica (Espanha), e conta com a participação do INESC TEC e da EDP Distribuição – Energia, Withus e NOS, em Portugal, Fundación Tecnalia, Universidad Pontificia Comillas, ZIV, Asociación Instituto Tecnológico de la Energía e Ente Vasco de la Energía, em Espanha, Energa Operator, Atende, Politechnika Gdanska e Instytut Energetykl, na Polónia, Vattenfall Eldistribution, na Suécia, Imperial College London e General Electric, no Reino Unido, Schneider Electric Industries, em França, e Powel, na Noruega.

Iniciado em janeiro de 2015, o UPGRID tem a duração de 36 meses, terminando, por isso, em dezembro de 2017.

Este projeto conta com três centros do INESC TEC. O Centro de Sistemas de Energia (CPES) e o Laboratório de Software Confiável (HASLab) estão a trabalhar no work package 2, ou seja, nas aplicações inovadoras de distribuição de redes e funcionalidades. O CPES está a trabalhar nas relações entre stakeholders, isto é, na interação dos clientes com os operadores de rede. Por sua vez, o HASLab está responsável por desenvolver a plataforma (denominada Market Hub) que vai gerir informação sensível, ou seja, um software confiável e com acessos diferenciados informação comercial e técnica da rede elétrica de baixa tensão. Uma funcionalidade adicional da plataforma Market Hub consiste na troca de informação, entre o comercializador e operador da rede elétrica, sobre flexibilidade do lado da procura (por exemplo, limitação da potência contratada em situações de emergência). Também irá promover uma maior elasticidade do consumo através da publicação de informação sobre tarifas dinâmicas associadas ao uso da rede de distribuição. 

O CPES está também a colaborar com o work package 4, isto é, a instalação do demonstrador português, em conjunto com a EDP Distribuição, NOS e Withus. Por último, o Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI) está a desenvolver o work package 9, ou seja, a identificação dos grupos de stakeholders e os impactos sociais do UPGRID. O INESC TEC é o parceiro líder deste último work package.

INESC TEC, fevereiro de 2016