CoLAB ForestWISE oficialmente criado com coordenação do INESC TEC
O Laboratório Colaborativo (CoLAB) ForestWISE, coordenado pelo INESC TEC, foi publicamente apresentado no dia 16 de março com a assinatura de um memorando de entendimento com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que teve lugar no Centro Ciência Viva da Floresta, em Proença-a-Nova.
11 abril 2018
O evento, enquadrado nas jornadas nacionais do Roteiro de Inovação, contou com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, Ministro da Ciência, Manuel Heitor, Ministro da Agricultura, Capoulas dos Santos, Presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo, Presidente da Ciência Viva, Rosalia Vargas, entre outras individualidades.
Integrado numa rede de Laboratórios Colaborativos a criar pelo Governo Português, o ForestWISE - Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo tem como objetivo desenvolver atividades de investigação aplicada, inovação e transferência de tecnologia para aumentar a competitividade do setor florestal português e reduzir as consequências negativas dos incêndios rurais.
O memorando de entendimento assinado entre o CoLAB, representado pelo Presidente do INESC TEC, José Manuel Mendonça, e a FCT, representada pela Vice-Presidente, Helena Pereira, sublinha uma conjugação de esforços das universidades, setor público e indústria, numa abordagem holística e multidisciplinar para responder às questões do fogo, e à necessidade da valorização da floresta e do desenvolvimento sustentável da indústria de base florestal.
No seu discurso, António Costa enfatizou precisamente a importância do conhecimento da floresta, da qual podemos tirar “não só a madeira para a pasta do papel, mas muito mais e é esse muito mais que é necessário identificar. Precisamos de ter um conhecimento mais profundo da dinâmica da vida da floresta e saber o que fazer a cada momento para que a floresta seja mais produtiva, mas também mais resiliente”.
Mas a questão do fogo continua na ordem do dia e nas prioridades do país, por isso este é um “laboratório colaborativo sobre o qual o país não tem a menor dúvida sobre a sua importância”, referiu o Primeiro-Ministro, “pela necessidade de termos uma melhor floresta, com maior capacidade de resistência ao fogo, mas também de podermos ter melhores técnicas de vigilância e de intervenção em caso de incêndio. Todos depositamos muita esperança no conhecimento que possa vir a ser produzido e que possa chegar ao terreno.”
Também o presidente da Estrutura de Missão para o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, Tiago Oliveira, realçou que “a questão dos fogos e a viabilidade da floresta, por serem problemas muito complexos, só se resolvem por uma aplicação persistente do conhecimento, um desenvolvimento firme da ciência e uma capacidade de comunicar e de envolver os stakeholders para perceberem as diferentes perspetivas que esses mesmos problemas têm”. Para Tiago Oliveira, “ciência, conhecimento, cooperação entre as instituições são as palavras chave deste processo deste CoLAB”.
José Manuel Mendonça reiterou o empenho dos associados e parceiros do CoLAB em responder ao desafio endereçado pelo Governo Português. O ForestWISE tem dois objetivos: “um tem a ver com os recursos da floresta, de grande valor acrescentado, capacidade exportadora e valor económico, com envolvimento de grandes empresas e stakeholders da área florestal; outro tem a ver com o maior flagelo que o país tem, os incêndios”. Estas duas agendas, uma mais privada e dirigida ao valor económico, outra mais pública e com enorme impacto social, estão completamente interligadas e é missão do CoLAB “construir massa crítica, agregar grupos de investigação, juntar esforços” para responder de uma forma mais inovadora e eficaz às necessidades do país nestas áreas.
O ForestWISE, com arranque previsto para finais abril, mas ainda sem sede definida, é composto por 17 associados e 4 parceiros aderentes. Os associados empresariais são The Navigator Company, Sonae Arauco, Altri, Europac, Amorim, EDP Distribuição, REN e Microsoft. As Universidades e Institutos de Investigação são: INESC TEC, Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade de Coimbra, Universidade de Évora e Universidade de Aveiro. Outros organismos públicos são a Estrutura de Missão/AGIF - Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera e INIAV - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
Antes da assinatura do memorando de entendimento, os associados e parceiros do CoLAB tiveram a oportunidade de expor os resultados de projetos de investigação e tecnologias relacionadas com a área de atuação do ForestWISE.
O INESC TEC teve em exposição o Vital Jacket, um monitor cardíaco incorporado numa t-shirt para monitorizar sinais vitais em bombeiros, o projeto europeu FOCUS, uma plataforma inovadora para planeamento e controlo integrado das operações da floresta-à-fábrica, e o projeto FIRE ENGINE, sistemas inovadores para auxiliar as entidades do sistema de gestão de incêndios florestais na prevenção e na supressão. Estes projetos foram apresentados ao Primeiro Ministro e comitiva pelos investigadores Duarte Dias do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica (C-BER), Alexandra Marques do Centro de Engenharia de Sistemas Empresariais (CESE) e Abílio Pacheco do Centro para a Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (CITE).
No seu discurso de encerramento, António Costa reforçou a importância da floresta como fator crescente no enriquecimento do país. “Queremos ter a floresta como um fator cada vez mais decisivo para a valorização de todos estes territórios, uma floresta mais resiliente aos incêndios, que seja uma fonte de enriquecimento e não uma ameaça para a segurança das populações e dos seus bens”, concluiu o Primeiro-Ministro.
Os investigadores mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC e à UP-FEUP.