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Artigo

Diário de Viagem do CRACS

Entre 3 e 7 de Março uma Delegação de quatro investigadores do CRACS (Fernando Silva, Vítor Santos Costa, Inês Dutra e Álvaro Figueira) encontrou-se com responsáveis e investigadores associados aos programas de colaboração entre universidades portuguesas e americanas.

20 abril 2008

Nos dias 3 e 4, a Delegação visitou a Universidade de Carnegie Mellon (CMU) procurando estabelecer parcerias com o Electrical and Computer Engineering Department (ECE) e a School of Computer Science (CS). Desta visita resultou imediatamente uma co-orientação de doutoramento de um aluno americano, entre Vítor Santos Costa (CRACS) e Markus Pueschel do ECE. Foi possível conversar ainda com Frank Pfenning e Manuela Veloso, ambos do CS, no sentido de criação de mais parcerias.

A visita terminou com uma importante reunião com José Moura, do ECE e Director do Programa de colaboração com a CMU (http://www.cmuportugal.org/), tendo-se discutido as linhas orientadoras do programa, formas de o implementar e respectiva eficácia.

Entre 5 e 7 de Março de 2008, a Delegação, agora conjuntamente com os directores do projecto “Portugal UTAustin CoLab” (http://www.utaustinportugal.org/), e ainda com jornalistas da imprensa portuguesa (Público e Expresso), visitaram várias unidades da Universidade do Texas, em Austin.

A agenda iniciou-se com um encontro com Ray Mooney e seus estudantes do Dep. de Computer Science, ao que se seguiu uma palestra de uma hora proferida por Vítor Santos Costa, da Universidade do Porto, sobre Statistical Relational Learning.

Durante a tarde, Álvaro Figueira e Fernando Silva reuniram com Miles Efrom e Don Turnbull da School of Information, sendo assistidos por Prentiss Riddle, para troca de opiniões relativamente à criação de projectos comuns na àrea de “Bibliotecas Semânticas Digitais”.

Na manhã de 6 de Março (quinta-feira) todas as delegações encontraram-se com David Gibson no IC2, onde o professor apresentou a história do Instituto, explicou o seu propósito e conduziu os convidados numa visita guiada. No decorrer desta reunião discutiu-se o uso que se deverá dar à expressão “Advanced Computing” no âmbito dessa área de colaboração do programa CoLab.

De acordo com o director do Programa do lado português, Alberto Proença, “Advanced Computing” deve ser definido como “High performance Computing and distributed/grid methodologies and techniques to solve computational engineering and science problems”. Sendo esta uma definição redutora para o panorama português, foi decidido encontrar uma definição mais flexível na qual se possam integrar a indústria e outras comunidades.

Para o caso, o David Gibson realçou que o objectivo principal deste projecto, pelo lado português, é a melhoria da capacidade das instituições portuguesas e a criação de postos de trabalho, sendo por isso necessário também criar métricas para que se possa avaliar o resultados do programa.

Ainda durante a manhã, foi realizada uma reunião com Keshav Pingali, que apresentou o ICES – um instituto multidisciplinar que reúne investigadores de vários departamentos da UTAustin, tendo sido discutidos assuntos relacionados com propostas de investigação (informação, formulários, deadlines), estudantes de graduação e relatórios. Igualmente informou o grupo acerca do TACC (“Texas Austin Computer Center”) e do programa FOCS (“Friends of Computer Science” - IBM e Dell, por exemplo) para a angariação de fundos. Foram também discutidas as possibilidades da criação de bolsas em empresas americanas para alunos portugueses.

Posteriormente, foi feita uma visita ao ICES, ao Dep. CC e ainda uma visita ao Visualization Group. Seguiu-se um almoço no UT Club, onde se juntaram com alunos portugueses de pós-doutoramento na UTAustin, e com Marta Vieira, representante da Ydreams no Texas.

Durante a tarde tiveram um encontro com Tinsley, director do ICES; Bill Beckner, do Dep. Matemática; e Chandrajit Bajaj do Dep. CS, responsável pela investigação em visualização, área que agregadora de projectos multidisciplinares envolvendo Química, Engenharia, Dinâmica de Fluídos, Matemática, entre outros.

Durante a tarde a Direcção do programa de “Advanced Computing”, composta por Alberto Proença (U.Minho e Director do Programa), Pedro Medeiros (UNL, e co-director), Luís Silva (UCoimbra, e co-director) pelo lado português, e David Gibson, Prentiss Riddle e Keshav Pingali, pelo lado americano, para a definição de directivas essenciais para o funcionamento do Programa.

Na manhã de 7 de Março (sexta), visitaram o Austin Technology Incubator (ATI), onde foram recebidos pelo director, Isaac Barchas, que realizou uma palestra sobre o modelo económico e procedimental da ATI para a incubação de empresas, baseado em subsidiação laboral (por substituição da subsidiação de capital). Este subsídio provém de estudantes e docentes da UT, geralmente das áreas da economia e marketing, na forma de equipas de projectos, tornando assim a ATI um laboratório na área da alavancagem de empresas.

As áreas primordiais da ATI para a aceitação de empresas para incubação são: IT, redes sem fios, “tecnologias limpas” e biociências. Actualmente a ATI aceita propostas de dois tipos de empresas: as já estabelecidas e as que se pretendem localizar em Austin. As admissões são baseadas numa avaliação das respostas a um formulário e a uma apresentação.


Durante a tarde tiveram a oportunidade de conhecer o TACC, tendo a visita começado por uma apresentação realizada pelo director do Centro, Jay Boisseau, na qual foi dado a conhecer os serviços disponibilizados pelo Centro: disponibilização de serviços a nível nacional e investigação. Foi realçado que, embora haja investigadores com gabinete do edifício, não são leccionadas aí aulas. A este propósito, as actividades de investigação principais realizadas no TACC são: HPC (nomeadamente biomedicina computacional), análise de dados e data-mining, computação distibuída e colaborativa (portals and gateways, middleware for scheduling, workflows, job orchestration), com grande enfoque em “ciência computacional”.

Será de observar que, para abrir portas a um leque alargado de investigadores, a UTAustin adaptou alguns cursos de CS para permitir que estudantes com outros backgrounds tivessem o know-how necessário para lidar com o sistema. Assim, e por exemplo, os cursos de introdução à computação, visualização, e computação paralela foram reformatados existindo agora em duas versões (uma para CS e Engenharia, e outra para estudantes com outros backgrounds).

De seguida foi visitado o (actualmente) maior computador no mundo de serviço público (irá aparecer em Junho 2008 no top500.org) – o RANGER – que inclui mais de 60.000 CPUs e 123 TBytes de memória principal.


Álvaro Figueira - Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados (CRACS)

BIP de Abril 2008