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Artigo

Inovação regional destacada em evento INESC TEC

Políticas regionais de inovação foi o tema principal debatido no evento organizado pelo INESC TEC e que trouxe à cidade do Porto cerca de 120 especialistas de todo o mundo.

02 novembro 2012

Evento internacional organizado pelo INESC TEC aborda políticas regionais de inovação

O Seminário Internacional de Políticas Regionais de Inovação (RIP 2012), que decorreu nos dias 11 e 12 de outubro, é prova da capacidade do INESC TEC para trazer a Portugal eventos internacionais com elevada relevância social.

RIP 2012RIP 2012

Regiões no centro da discussão

As regiões e as políticas de inovação foram tema central de discussão daquela que foi a 7ª edição do Seminário Internacional sobre Políticas Regionais de Inovação, e que levou à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) cerca de 120 especialistas com ligações à academia, instituições de interface, empresas e Administração Pública, oriundos de 22 países, desde os EUA ao Cazaquistão. No encontro internacional, organizado pela Unidade de Inovação e Transferência de Tecnologia (UITT) do INESC TEC, e inscrito num ciclo de conferências da rede europeia Regional Innovation Policies, constituída pelas Universidades do Porto, de Salzburgo, Cantábria, Napier Edimburgo, Agder e de Lund, o destaque foi para o papel que as políticas pensadas para a valorização das especificidades de cada território podem assumir na construção e operacionalização de uma estratégia de inovação e competitividade para as regiões.

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Como tornar as potencialidades de cada região em valor económico e fator diferenciador para a inovação gerada e promovida nas universidades, empresas e institutos de I&D; que contributos podem as políticas regionais aportar para a capacitação dos territórios; como envolver os diferentes atores regionais no desenvolvimento de uma estratégia regional comum de inovação foram o mote para as intervenções feitas nos dois dias do certame. Em destaque estiveram os discursos proferidos pelos cinco oradores convidados: Björn Asheim (CIRCLE – Universidade de Lund, Suécia), David Wolfe (Universidade de Toronto, Canadá), Knut Koschatzky (Fraunhofer ISI, Alemanha), Marko Torkkeli (Universidade de Tecnologia de Lappenraanta, Finlândia) e Augusto Mateus (Augusto Mateus & Associados, Portugal). O papel das agências regionais de desenvolvimento no Canadá e o lugar das Instituições de Ensino Superior nas políticas regionais de inovação dos países escandinavos foram alguns dos temas trazidos para o centro da discussão promovida pelas cinco sessões plenárias que constaram do Programa do evento.

Ser inovador na inovação

Para além de sessões plenárias, outras sessões paralelas compuseram um programa diversificado que incluiu ainda uma visita ao INESC TEC, nomeadamente à nova unidade laboratorial de mobilidade elétrica e microgeração, que impressionou visivelmente os visitantes. Coube a Augusto Mateus a responsabilidade de encerrar o RIP 2012. Para este docente, “quem vê a Universidade do Porto e o INESC TEC só pode acreditar que o Norte de Portugal tem potencial e baseia-se na criatividade”. É a nível regional que as políticas são mais eficazes e não com agendas “grandes, gerais e ‘bonitas’, mas que não saem do papel”, acrescenta Augusto Mateus.

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E porque é a nível regional que existe mais proximidade entre decisores, passar do plano à ação é ainda mais simples. O objetivo deste encontro era confirmar que o potencial está nas regiões, tendo Augusto Mateus destacado ainda que “só assim Portugal conseguirá sair da atual crise económica”. As políticas regionais devem “inovar na inovação” adotando “uma estratégia downside [de cima para baixo] para assim ser possível encontrar melhores soluções para o desenvolvimento e com custos mais baixos”, afirma. É este o caminho para se integrar eficazmente a inovação na agenda e assim “criar coisas que sejam úteis à comunidade”, conclui. Parece ser então indiscutível a contribuição do INESC TEC para a inovação da região Norte, ao transferir o conhecimento relevante gerado na instituição – e ainda através da incubação de empresas – , conseguindo aplicá-lo de modo a promover o crescimento económico e, consequentemente, a favorecer a sociedade.

Em discurso direto

Mário Rui Silva

  • Mário Rui Silva (Chairman do RIP 2012, Docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto – FEP)

“A 7ª edição do International Seminar on Regional Innovation Policies destacou-se pelo número, diversidade e qualidade dos participantes: mais de 100 elementos provenientes de cerca de 20 países, incluindo académicos com grande reconhecimento internacional e consultores de alto nível da Comissão Europeia e de vários Governos. Isto mostra a relevância das regiões na implementação e gestão de Sistemas de Inovação pois, como focado nos debates havidos, é muitas vezes ao nível da região que melhor se estruturam os clusters industriais e de serviços e é também através da proximidade entre atores que melhor se estabelecem as pontes entre o conhecimento e a economia.

Sobre este último aspeto, e falando como membro fundador da rede internacional que promove estes seminários, gostaria de referir a impressão muito forte que os participantes me transmitiram quanto à dimensão e solidez das atividades do INESC TEC no domínio da transferência de tecnologia e das relações universidade – indústria, ao nível das melhores práticas internacionais.”

Andreia Passos

  • Andreia Passos (UITT/INESC TEC, organização local RIP 2012)

“A escolha do INESC TEC para a organização da 7.ª edição do Regional Innovation Policies Seminar assinala o reconhecimento do papel-chave que determinados atores institucionais podem assumir na capacitação dos territórios em que se inserem em matéria de inovação e, sobretudo, em matéria de inovação competitiva.

O INESC TEC é um centro de I&D multidisciplinar com sede no Norte de Portugal (região periférica da Europa) que granjeou reconhecida projeção internacional pelas pontes que soube construir ao longo do tempo entre o conhecimento científico e tecnológico e a economia e sociedade. Trazer um evento como o RIP 2012 para a cidade do Porto e entregar a sua organização a uma entidade incontornável do Sistema Científico e Tecnológico da região e do país foi para a Rede Regional Innovation Policies (constituída por um rol de instituições europeias com crédito firmado na investigação económica e social sobre políticas regionais e inovação), a melhor forma também de trazer para o centro do debate da edição deste ano as regiões follower - regiões com debilidades estruturais e estrangulamentos, mas também com lógicas de especialização que podem e devem ser trabalhadas numa perspetiva sistémica pelos vários atores regionais para a criação de reais vantagens regionais competitivas.

O balanço global do evento é extremamente positivo: foi plenamente cumprido o objetivo de atrair mais de 75% de representação estrangeira, com contributos de elevada qualidade, e especialistas de renome nas principais linhas temáticas da Conferência para uma discussão crítica sobre os territórios, as políticas pensadas para estes e a inovação.”

Björn Asheim

  • Björn Asheim (Universidade de Lund, Suécia)

“Este seminário, que já conta com sete edições, tornou-se um dos mais importantes fóruns de discussão sobre políticas regionais de inovação. A inovação é atualmente um dos maiores desafios globais uma vez que a falta de crescimento económico e de políticas que permitam esse crescimento seja característica na Europa do Sul, o que pode levar a problemas sociais e políticos severos. Assim, as políticas de inovação, especialmente a nível regional, nunca foram tão importantes na Europa como agora, e a necessidade de melhorar o conhecimento de como estas políticas regionais de inovação podem ser criadas e implementadas com sucesso deve ser clara entre políticos e profissionais. Deste modo, o Seminário tem um grande papel a desempenhar na difusão deste conhecimento entre investigadores e profissionais na Europa e não só. Este Seminário contribuiu para se atingir este importante objetivo, no seguimento das edições na Noruega (Universidade de Agder) em 2010 na Suécia (Universidade de Lund) em 2011.”

BIP de outubro 2012