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Artigo

Novo Livro: Investimento Directo Estrangeiro, Capital Humano e Inovação

O novo livro de Aurora A.C. Teixeira (Coordenadora Científica da UITT) e Ana Teresa T.-Lehmann será publicado no fim de Setembro pela Editora Vida Económica. É um livro premiado (1º Prémio Investimento Directo Estrangeiro API-Universidade de Coimbra) que se debruça sobre três áreas de importância capital para o crescimento económico e prosperidade de qualquer nação desenvolvida - Investimento Directo Estrangeiro (IDE), Capital Humano e I&D.

13 setembro 2007

Sumário do Livro

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE), o Capital Humano e a I&D são, sem margem para dúvida, três áreas de relevância predominante para o crescimento económico e para a prosperidade de qualquer país desenvolvido.

Ao longo das últimas décadas, estes temas distintos têm sido objecto da mais ampla (e enriquecedora) investigação. No entanto, apesar da abundante literatura que têm vindo a gerar de forma isolada e do facto de geralmente se reconhecer que estão relacionados de múltiplas e complexas formas, o cerne da questão tem a ver com o facto de não ser possível determinar de uma forma clara, com base em dados exaustivos recolhidos de amostras representativas e abrangentes, se as multinacionais estrangeiras são mais intensivas em termos de capital humano do que as suas congéneres nacionais, e até que ponto o capital humano é uma determinante significativa de atracção de IDE de um país. Ponto assente nesta matéria é que não existe um estudo sobre esta questão no caso português.

Este estudo visa precisamente abordar estas questões. Discutir-se-á a potencial causalidade bidireccional entre o IDE e o capital humano, que se considera ser mediada pela I&D, tomando Portugal como contexto empírico. Pretende dar uma contribuição a três níveis distintos, mas complementares:

- Conceptualmente, discute o IDE, o capital humano e a I&D enquanto os principais motores do crescimento económico, explorando a potencial causalidade bidireccional entre o IDE e o capital humano; apresenta e analisa o estado-da-arte na literatura existente sobre esta relação, em que se reconhece uma grande lacuna em termos de investigação (especialmente empírica) sobre as formas complexas em que o IDE e o capital humano interagem;

- Empiricamente, apresenta duas aplicações, baseadas no caso português, com o objectivo de determinar se o IDE, o Capital Humano e a I&D estão relacionados neste contexto:

1) testar se o capital humano é uma determinante significativa da capacidade de atracção de IDE em Portugal (primeira questão da investigação), com base em hipóteses formuladas previamente e usando uma metodologia econométrica rigorosa e uma amostra abrangente de empresas;

2) o estudo também procura testar, com base em métodos igualmente rigorosos, se as empresas multinacionais estrangeiras (EMNs) têm uma maior intensidade de capital humano do que as suas congéneres nacionais (segunda questão da investigação).

- a terceira contribuição principal deste estudo encontra-se ao nível da formulação de políticas; os assuntos analisados e as duas questões empíricas de investigação formuladas merecem um importante debate em torno das políticas desenvolvidas neste campo, tornando-se assim parte inerente deste projecto – serão portanto retiradas conclusões ao nível político e serão avançadas propostas práticas no que diz respeito às políticas públicas de IDE e políticas complementares que visam tornar Portugal uma localização de IDE mais dinâmico e mais bem sucedido.

Os nossos resultados não deixam margem para dúvidas: o IDE e o capital humano estão directamente relacionados no caso português. Em primeiro lugar, o capital humano tem elevada importância para a capacidade de atracção de IDE para Portugal – a proporção de trabalhadores com elevados níveis de educação relaciona-se de forma significativa e positiva com o IDE; por isso, se a intenção for a de promover o IDE, deverá ser dada maior ênfase à educação (e à formação de engenheiros, tal como se demonstrará). Em segundo lugar, as EMNs estrangeiras apresentam tendencialmente uma maior intensidade de capital humano do que as empresas nacionais, dando apoio à necessidade de políticas proactivas que promovem o IDE.