Aplicação de telemóvel permite rastreio rápido e anónimo de contágio por COVID-19
28 abril 2020
Uma equipa de investigadores, coordenada pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), com o apoio do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), está a desenvolver uma aplicação móvel para rastreio rápido e anónimo das redes de contágio por COVID-19 em Portugal.
A app STAYAWAY deteta a proximidade física entre smartphones e informa os utilizadores que estiveram no mesmo espaço de alguém infetado nos últimos 14 dias com o novo coronavírus.
“Esta é uma plataforma de uso voluntário que informa os utilizadores de uma ocasião de proximidade, ocorrida nos últimos 14 dias, com alguém confirmado como infetado. É um método que poderá estender e acelerar, e preservando o anonimato dos envolvidos, a identificação das cadeias de transmissão que as autoridades de saúde realizam desde o início da pandemia.”, afirma José Manuel Mendonça, Presidente do Conselho de Administração do INESC TEC e professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Estima-se que a aplicação possa ser disponibilizada para todos até ao final do próximo mês, para Android e iOS. O utilizador apenas tem de a instalar, não sendo necessário, para o efeito, partilhar qualquer tipo de informação pessoal.
Cada telemóvel difunde na sua proximidade identificadores anónimos e armazena localmente os identificadores difundidos pelos telemóveis com quem se cruze. Ainda que absolutamente desprovida de uma relação com os telemóveis que a gerou e, consequentemente, com os utilizadores desses telemóveis, esta informação permitirá ao próprio detetar a sua proximidade com uma pessoa infetada. Uma pessoa confirmada como infetada com COVID-19 poderá publicar online, com a legitimação das autoridades de saúde, os seus identificadores anónimos que partilhou nos últimos 14 dias. Com esta informação pública, a aplicação de cada pessoa pode facilmente avaliar autonomamente se nos dias anteriores esteve próximo da pessoa infetada.
A utilização da app é voluntária e não intrusiva. “No caso de uma pessoa que não contraia a doença e que não tenha contacto com nenhum infetado, a única interação que terá com a app será a instalação da mesma no seu smartphone. Mas esta aplicação será tanto mais eficaz quanto maior for o número de utilizadores”, acrescenta José Manuel Mendonça.
A aplicação cumpre cabalmente as legislações europeia e nacional de proteção de dados.
O projeto foi apresentado esta segunda-feira, 27 de abril, aos ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Coesão Territorial, Manuel Heitor e Ana Abrunhosa, respetivamente, numa sessão na Reitoria da Universidade do Porto.
A app está a ser desenvolvida pelo INESC TEC e pelo ISPUP, com a colaboração dos Laboratórios Associados IT, INESC ID e LarSys e conta com o apoio do Minho Advanced Computing Center (MACC), do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) e da iniciativa Nacional em Competências Digitais e.2030, Portugal INCoDe.2030.
Porto, 28 de abril de 2020
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Eunice Oliveira
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