Português vence prémio de melhor tese de doutoramento do mundo
06 agosto 2015
O Heizer Best Dissertation Award da Entrepreneurship Division da Academy of Management é considerado o prémio mundial mais importante na área de empreendedorismo. Foram nomeados três finalistas, mas foi o investigador português quem venceu com a tese de doutoramento intitulada Business Model Change in Early-Stage University Spin-offs, desenvolvida na Universidade de Strathclyde (Reino Unido).
Concluído em novembro de 2014, este trabalho foi orientado por Jonathan Levie (Universidade de Strathclyde, Reino Unido) e Marina Biniari (Universidade de Aalto, Finlândia).
Na tese de doutoramento, Sérgio Costa aborda a evolução dos modelos de negócio em spin-offs universitárias, utilizando uma metodologia indutiva e longitudinal, com recolha de dados em tempo real nas fases iniciais de desenvolvimento deste tipo de empresas, algo inédito na área da gestão.
Neste estudo exploratório, o investigador acompanhou oito spin-offs da Universidade de Strathclyde, realizando cerca de 98 entrevistas ao longo de 12 meses, para perceber os mecanismos de alteração do modelo de negócio e o modo como estes afetam a performance da empresa.
“O meu objetivo era abrir o debate e gerar algumas proposições sobre como mudam os modelos de negócio. A minha tese sugere que empresas cujas equipas fundadoras detenham um elevado conhecimento de gestão e de mercado, e possuam elevada experiência em empreendedorismo apresentam, em geral, menos alterações ao modelo de negócio e uma performance superior”, refere Sérgio Costa.
O investigador introduziu, pela primeira vez nesta área, relações entre a frequência com que o modelo de negócio é alterado e certas variáveis, tais como o grau de envolvimento dos empreendedores, o conhecimento de mercado, de gestão e de arranque de novas empresas.
Sérgio Costa sugere também que empresas com elevada performance tendem a interagir mais cedo, mesmo antes da sua constituição, e mais intensivamente com vários stakeholders para iterar os seus modelos de negócio pretendidos. Adicionalmente, estas empresas tendem a estabelecer mais parcerias e com um espectro mais alargado de atores (privados e públicos), no sentido de acederem a mais recursos.
As proposições desenvolvidas neste estudo podem também ter implicações para outras empresas que não spin-offs, desde que estejam inseridas em contextos de elevada incerteza tecnológica e de mercado.
No que diz respeito ao futuro, Sérgio Costa pretende dar continuidade ao estudo.
“Queremos agora testar algumas das proposições induzidas, utilizando amostras maiores de spin-offs de diferentes universidades e geografias. Para o efeito, o INESC TEC está a desenvolver uma base de dados com a população de todas as spin-offs universitárias portuguesas. Esta iniciativa está a ser articulada com as bases de dados existentes em Itália, Noruega e Reino Unido”, conclui o investigador.
Porto, 12 de agosto de 2015
Sofia Pereira Sá
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