Premiada a aplicação móvel que simula a Assembleia da República
08 julho 2019
A ideia, desenvolvida por Nuno Moniz e Arian Pasquali, investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) , e por Tomás Amaro, engenheiro de software na Hostelworld, surgiu no seguimento do desafio lançado pelo Arquivo.pt com o objetivo de estimular a utilização da informação preservada neste acervo.
A tecnologia foi galardoada no valor de 10 mil euros e o prémio foi hoje entregue em Lisboa, no encontro nacional “Ciência 2019”, pela mão do primeiro-ministro, António Costa, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da Presidente da FCT, Helena Pereira.
Tendo como motivação o fosso cada vez maior entre a política e os cidadãos, amplificada muitas vezes por uma era mediática marcada pelas fake news e pelas verdades paralelas, os investigadores desenvolveram esta ideia com o objetivo de aproximar os cidadãos das decisões tomadas no nosso Parlamento, e de dar a conhecer toda a informação necessária para contextualizar esses dados.
“A aplicação funciona de uma forma muito simples. Basta um minuto e três gestos para que os utilizadores sejam convidados a pronunciarem-se sobre como votariam 10 propostas legislativas que estiveram em apreciação parlamentar desde 2011 e que foram escolhidas aleatoriamente. Para votar a favor os utilizadores têm que deslizar para a direita, para votarem contra o deslize no ecrã tem que ser feito para a esquerda e para que se abstenham os utilizadores têm que deslizar para cima ou para baixo”, explica Nuno Moniz, investigador do INESC TEC.
No final de 10 questões, os utilizadores ficam a saber quais os partidos que votaram de maneira mais semelhante à sua, apresentando também informação detalhada sobre cada proposta. Esta informação permite ao utilizador saber em detalhe o contexto em que as propostas foram votadas.
O texto das propostas, informação sobre os seus autores e o site do partido em questão no dia da votação, ou até as notícias produzidas na altura em que as propostas estiveram em cima da mesa dos parlamentares, são alguns dos recursos que poderão ser explorados, contribuindo para uma considerável aproximação entre as instituições políticas e os cidadãos.
Num ano que será marcado por eleições legislativas, meuparlamento.pt pretende revolucionar a relação entre a política e os cidadãos, pretendendo contribuir para reduzir o absentismo que eleição após eleição se vem registado. Recorde-se que hoje, em matéria de abstenção em eleições nacionais, são cerca de 4 em cada 10 portugueses aqueles que decidem não ir às urnas.
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Joana Coelho
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