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Projeto CAMões leva o “Espaço” às escolas para dar oportunidades às novas gerações

10 novembro 2023

É a primeira missão análoga realizada em Portugal e reúne inúmeros aspetos inovadores. “Queremos abrir caminho”, explica Ana Pires, comandante da missão e investigadora do INESC TEC, sublinhando fazer parte de uma “equipa de investigadores e cientistas que acreditam que só com este tipo de projetos e missões é possível criar possibilidades e oportunidades para as novas gerações”.

 

É, por isso, com os olhos postos no futuro que a missão arranca a 22 de novembro. Promovida pela Associação Os Montanheiros e pelo INESC TEC - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, o Projeto CAMões – Caving Analog Mission for Ocean, Earth and Space Exploration – não se limita ao treino de astronautas.

 

O projeto destaca-se pela abordagem multidisciplinar e pelo contributo que oferece ao desenvolvimento científico e tecnológico, mas também pela aposta na diversidade, multidisciplinaridade e na equidade como “armas para a educação”. A Ana Pires, junta-se Yvette Gonzalez, da Universidade de Plymouth, na liderança da missão. Uma escolha intencional focada na inspiração de futuras gerações de cientistas e engenheiros.

Em estreita colaboração com a Ciência Viva, o projeto assume uma forte componente educacional e tem prevista a realização de webinars com a participação de escolas de Portugal continental, Madeira, Açores, Estados Unidos, Porto Rico, Indonésia e África do Sul, dando aos alunos a oportunidade de acompanhar de perto uma missão análoga e fazer perguntas à equipa. Além disso, está em andamento uma competição de design de emblemas educacionais para estudantes dos 3 aos 17 anos.

Ana Noronha, Diretora Executiva da Ciência Viva explica que o objetivo é “criar uma missão educativa à volta da missão real” e, dessa forma, sensibilizar, educar e atrair os jovens para as áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. “A missão CAMões é riquíssima em termos de aprendizagem científica, de descoberta, de exploração e achamos que seria um desafio interessante para propor as escolas”, garante. O desafio passa por envolver alunos e professores nos temas relacionados com o projeto, representando a equipa da missão CAMões nas suas localidades e desenvolvendo pequenos trabalhos e tarefas relacionados com as experiências que a missão irá realizar.

 

 

 

A gruta do Natal e a tecnologia

Com esta missão queremos colocar a Ilha Terceira, a região dos Açores e Portugal, no mapa das missões análogas!”, destaca Ana Pires, lembrando que este projeto permite a exploração de tecnologias com o objetivo de integrar o espaço, a terra e o mar, oferecendo benefícios significativos para as comunidades locais e a pesquisa científica. “A ideia é testar tecnologias subaquáticas, robôs, sensores que podem resolver problemas na terra, conhecer espécies marítimas, usufruindo do ecossistema do clima, e da geodiversidade e biodiversidade que a ilha apresenta. É um projeto muito mais abrangente que um treino de astronautas”, sublinha.

A colaboração multidisciplinar e inovação científica, são, de resto, fundamentais no projeto, algo que está também presente nos fatos desenvolvidos para a equipa, criados com têxteis inteligentes que darão o conforto para a realização de tarefas em ambientes extremos.

Recorrendo à tecnologia desenvolvida por Sabrina Thompson, colaboradora da NASA há mais de 10 anos e fundadora do GIRL IN SPACE CLUB (uma empresa dedicada à moda e também de educação STEAM), os novos fatos de voo e de espeleologia representam a perfeita união entre arte, moda e design, criando soluções revolucionárias para os desafios enfrentados pelas mulheres em ambientes extremos. A inovação não está apenas na tecnologia, mas também na funcionalidade. O fato destaca-se pela sua abertura traseira, um marco significativo, especialmente para as mulheres envolvidas em missões no espaço.

Estes fatos desenvolvidos especialmente para a missão, servirão como uniformes, e permitirão que a equipa conduza as suas tarefas sem enfrentar o desconforto dos fatos tradicionais, seja devido ao material ou à falta de proteção adequada. Como complemento, a equipa usará, ainda, T-shirts com tecnologia de regulação de temperatura e perneiras que, além de sua capacidade compressiva, apresentam revestimento para ajudar a combater a fadiga muscular, desenvolvida pela portuguesa Filipa Fernandes, da empresa OozeNanotech.

Após a missão, está prevista a publicação de um livro dedicado exclusivamente ao CAMões e às estruturas vulcânicas, com lançamento estimado entre 2024 e 2025, editado pela SPRINGER NATURE. O objetivo é destacar a importância da ciência e tecnologia envolvidas, mas também publicar os principais resultados da missão.

 

Saiba mais sobre o projeto e conheça equipa, aqui.