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Robôs autónomos para exploração de minas inundadas estão a ser desenvolvidos na Europa

02 março 2016

O sistema Explorador Robótico (UX-1) que vai ser desenvolvido pretende, de forma autónoma, fazer um mapeamento 3D da mina de modo a recolher informação geológica valiosa que não pode ser obtida de outra forma. Isto porque, geralmente, os segmentos inundados das minas estendem-se até grandes profundidades e o acesso é demasiado perigoso para mergulhadores humanos.

Um sistema de robôs múltiplos com base em UX-1 representa uma tecnologia inovadora, apenas possível graças aos recentes desenvolvimentos na área da autonomia.

“Para construir esta classe completamente nova de robôs enfrentamos grandes desafios ao nível da investigação, que se prendem não só com a miniaturização e adaptação de tecnologia robótica de mar profundo a um novo ambiente de aplicação, mas também no que diz respeito à exploração completamente autónoma de ambientes complexos e à interpretação de grandes volumes de diferentes dados geocientíficos”, explica José Almeida, investigador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e docente do Instituto Superior de Engenharia (ISEP).

Os sistemas vão ser validados em minas com condições exigentes: a mina de urânio Urgeiriça em junho de 2018 (Viseu, Portugal), a mina de feldspato/quartzo Kaatiala em março de 2018 (Finlândia) e a mina de mercúrio Idrija em outubro de 2018 (Eslovénia).

A demonstração final terá lugar no Reino Unido, em abril de 2019, com o primeiro estudo da mina de cobre Deep Ecton, submersa quase na totalidade e inacessível há mais de 150 anos.

“Este último teste vai permitir demonstrar a escalabilidade do sistema, pode ser utilizado em missões de pequena ou larga escala, aumentando o número de drones mobilizados e suportando a cooperação de múltiplos robôs em espaços 3D confinados através de processamento sensorial e fusão de dados em tempo real para uma navegação e comunicação fiáveis”, esclarece o investigador.

O desenvolvimento do UX-1 irá abrir novos cenários de exploração para que possam ser tomadas decisões estratégicas ao nível da reabertura das minas abandonadas na Europa – sendo que muitas delas albergam matérias-primas cruciais – já que esta pode agora ser suportada por dados reais que não podem ser obtidos de outra forma.

No total são 13 organizações de sete países europeus que estão a colaborar com este projeto financiado pelo programa de investigação europeu Horizonte 2020.

Participam no projeto o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), Geoplano (GEOP), Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) – de Portugal -, Universidade de Miskolc (UM), Geo-montan (GEOM) – da Hungria -, Sociedade Geológica da Eslovénia (CeoZS), Idrija Mercury Heritage Management Centre (CUDHgl) – da Eslovénia -, Universidade Tecnológica de Tampere, Departamento de Mecânica, Engenharia e Sistemas Industriais (TUT) – da Finlândia -, Universidade Politécnica de Madrid, Centro de Automação e Robótica (UPM-CSIC), La Palma Research S. L. (LPRC) – de Espanha -, Resources Computing International Ltd (RCI), Ecton Mine Educational Trust (EMET) – do Reino Unido – e Federação Europeia de Geólogos (EFG) – de França.

 

Para mais informações:

Joana Desport Coelho

Serviço de Comunicação                                                                                                                              

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Porto, 1 de março de 2016