Spin-off portuguesa assegura 2M€ em competição internacional para combate à doença de Alzheimer
06 novembro 2019
Os investigadores da spin-off nacional criaram um sistema portátil para servir de biblioteca de “impressões digitais” de várias doenças neuro degenerativas, permitindo testes rápidos e pouco invasivos em doenças como o Parkinson ou tumores cerebrais, usando apenas microlitros de sangue. Os investigadores querem agora unir esforços no combate à doença de Alzheimer.
A iLoF é composta por três investigadores portugueses – do INESC TEC, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do I3S (Joana Paiva (INESC TEC/FCUP), Luís Valente (INESC TEC) e Paula Sampaio (I3S/FCUP) - e um da Universidade de Oxford (Mehak Mumtaz).
“A cada três segundos alguém no mundo desenvolve a doença de Alzheimer. Apesar de existirem 50 milhões de pessoas em todo o mundo com esta doença, não houve qualquer tratamento novo aprovado nos últimos 14 anos e foram mais de 400 os estudos clínicos falhados. Outro dado reconhecido é o facto de se prever que o número de doentes de Alzheimer triplique até 2050. Foi este o paradigma que quisemos mudar: usar a inteligência artificial e a fotónica para acelerar o desenvolvimento de tratamentos novos e personalizados para a doença de Alzheimer”, explica Joana Paiva, investigadora do INESC TEC e uma das fundadoras da iLoF.
A tecnologia desenvolvida resultou de um trabalho conjunto entre dois centros do INESC TEC, o Centro de Investigação em Engenharia Biomédica – com competências no desenvolvimento de técnicas avançadas no campo do processamento de sinal e inteligência artificial desenhadas pelos investigadores do centro desde a sua génese - e o Centro de Fotónica Aplicada – com competências nos domínios da ótica e fotónica no desenvolvimento de tecnologia de manipulação à microescala alcançados desde 2005.
O prémio alcançado pelos investigadores decorreu de um trabalho de seis meses em que a spin-off foi acelerada pelo Wild Card, um programa organizado pelo EIT Health, criado para apoiar projetos altamente disruptivos de resposta aos principais desafios de saúde mundial. De entre centenas de projetos, e passando por uma intensa validação técnica e de mercado que incluiu Bootcamps e Hackathons em várias cidades europeias, a equipa foi recebendo mentoria e aconselhamento de experts da indústria mundial que ajudaram a guiar o projeto.
Entre os mentores atribuídos à equipa estão experts do CIMIT, um consórcio Norte-Americano composto pela Harvard Medical School, MIT ou entre outros.
O programa culminou numa final realizada em Munique, onde frente a um painel de investidores internacionais a equipa se sagrou vencedora, assegurando um investimento de 2M€ para acelerar o plano de crescimento da startup.
A startup pode agora contar com o EIT Health no papel de investidor, o maior consórcio da área da saúde no Mundo, nascido de uma parceira público-privada entre o European Institute of Technology e centenas parceiros da indústria da saúde espalhados por toda a Europa.
Mais informações: www.ilof.tech
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Joana Coelho
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